Como eu já sabia que seria, eu amei morar sozinha! Mesmo num
apartamento enorme só para mim, não senti nenhuma solidão. E isso porque, nos
últimos anos, eu aprendi a amar minha própria companhia! Um exercício
trabalhado ao longo de muito tempo, nem sempre fácil, muitas vezes doloroso,
mas extremamente necessário. Não tem nada melhor do que viver bem com a gente
mesmo! E é tão bom quando temos a oportunidade de nos expressarmos num lugar
nosso! Vejo minha casa como um retrato e extensão do que sou/penso/desejo.
Não demorou muito até eu ter companhia. Cinco meses depois
de me mudar, adotei uma gatinha linda, chamada Linda! Que alegra a minha rotina,
traz vida à minha casa e faz toda a diferença no meu dia-a-dia. Rolou um pânico
inicial quando me dei conta de que tinha me tornado responsável por “alguém”, o
que acabou me despertando profundas reflexões sobre a minha possível vontade de
não ter filhos, mas isso é outra história... Nada definitivo e eu realmente
prefiro ser essa metamorfose ambulante. O fato é que a Linda me conquistou, nos
adaptamos e eu realmente me apaixonei por ela! Virei mãe de pet, daquelas bem bobas, do tipo que sempre julguei. A vida é mesmo um eterno cuspir pra cima
e cair na testa.
Um mês depois de adotarmos a Linda, no dia em que fizemos um
ano de namoro, meu namorado veio morar comigo. Um super passo, uau! Algo que eu
sempre quis e que foi tão natural, tão desejado por nós dois! Simplesmente
caminhamos para isso, sem muitos planos, sem muitas regras. E está dando certo!
Claro que estamos super no início, mas realmente temos tentado construir uma
relação baseada em parceria, companheirismo, sinceridade e muito amor. E cuidando para que a rotina não atrapalhe isso. É tão
bom quando encontramos alguém que deseja o mesmo que nós!
2018 foi realmente um mergulho profundo! Tentei exercitar
minha comunicação-não-violenta, sem muito sucesso. Comecei a participar de um
círculo de mulheres que me fez olhar muito pra dentro! Realmente passei a
valorizar mais as coisas simples, me libertei de muitos padrões. Me
interessei mais por política, me descobri feminista. Me engajei em ações ambientais,
mesmo que pequenas. Deixei um trabalho que amava muito, porque precisava de
mais tempo livre para mim. Pequenas atitudes, grandes mudanças, reflexões
profundas.
Para o próximo ano, não desejo muito. Na real, minhas únicas
resoluções são: usar menos o celular e voltar a ler e escrever. De resto, o que
vier, o que pintar, o que fluir. A vida é boa... E surpreende!