segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Fluindo

2018 foi uma verdadeira revolução interna para mim. Tantas mudanças! Começando pelo fato de ter saído da casa da minha melhor amiga, com quem eu morava, para me aventurar morando sozinha. Foram dois incríveis anos com ela, que passaram da euforia inicial da vida adulta compartilhada para o distanciamento provocado pela rotina e convivência diária. Foi um período importantíssimo onde cresci e aprendi demais, principalmente sobre respeitar, ponderar, ouvir e falar. Mas eu comecei a desejar ter um canto só meu e, como rolou uma super oportunidade, acabei indo! Nós conseguimos resgatar nossa amizade que estava, não abalada, mas distanciada. O que me alegra profundamente, pois essa amiga é uma das pessoas mais importantes da minha caminhada!

Como eu já sabia que seria, eu amei morar sozinha! Mesmo num apartamento enorme só para mim, não senti nenhuma solidão. E isso porque, nos últimos anos, eu aprendi a amar minha própria companhia! Um exercício trabalhado ao longo de muito tempo, nem sempre fácil, muitas vezes doloroso, mas extremamente necessário. Não tem nada melhor do que viver bem com a gente mesmo! E é tão bom quando temos a oportunidade de nos expressarmos num lugar nosso! Vejo minha casa como um retrato e extensão do que sou/penso/desejo.

Não demorou muito até eu ter companhia. Cinco meses depois de me mudar, adotei uma gatinha linda, chamada Linda! Que alegra a minha rotina, traz vida à minha casa e faz toda a diferença no meu dia-a-dia. Rolou um pânico inicial quando me dei conta de que tinha me tornado responsável por “alguém”, o que acabou me despertando profundas reflexões sobre a minha possível vontade de não ter filhos, mas isso é outra história... Nada definitivo e eu realmente prefiro ser essa metamorfose ambulante. O fato é que a Linda me conquistou, nos adaptamos e eu realmente me apaixonei por ela! Virei mãe de pet, daquelas bem bobas, do tipo que sempre julguei. A vida é mesmo um eterno cuspir pra cima e cair na testa.

Um mês depois de adotarmos a Linda, no dia em que fizemos um ano de namoro, meu namorado veio morar comigo. Um super passo, uau! Algo que eu sempre quis e que foi tão natural, tão desejado por nós dois! Simplesmente caminhamos para isso, sem muitos planos, sem muitas regras. E está dando certo! Claro que estamos super no início, mas realmente temos tentado construir uma relação baseada em parceria, companheirismo, sinceridade e muito amor. E cuidando para que a rotina não atrapalhe isso. É tão bom quando encontramos alguém que deseja o mesmo que nós!

2018 foi realmente um mergulho profundo! Tentei exercitar minha comunicação-não-violenta, sem muito sucesso. Comecei a participar de um círculo de mulheres que me fez olhar muito pra dentro! Realmente passei a valorizar mais as coisas simples, me libertei de muitos padrões. Me interessei mais por política, me descobri feminista. Me engajei em ações ambientais, mesmo que pequenas. Deixei um trabalho que amava muito, porque precisava de mais tempo livre para mim. Pequenas atitudes, grandes mudanças, reflexões profundas.

Para o próximo ano, não desejo muito. Na real, minhas únicas resoluções são: usar menos o celular e voltar a ler e escrever. De resto, o que vier, o que pintar, o que fluir. A vida é boa... E surpreende!